Quando os discípulos não conseguiram expulsar o demônio de um menino, perguntaram a Jesus: “Por que nós não conseguimos expulsá-lo?”
Jesus respondeu: “É por causa da pequenez da vossa fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Passa daqui para acolá’, e ele passará. Nada vos será impossível.”
Em muitas traduções, lê-se: “fé do tamanho de um grão de mostarda”, mas o original grego indica comparação, não medida. Até porque ele havia acabado de reprovar os discípulos pela pequenez da fé deles (no grego, oligopistia), logo como os incentivaria a ter uma fé ainda menor?
Existe uma forma de entender o que Jesus quis dizer com “fé como um grão de mostarda”? A chave está em um dos seus ensinamentos sobre o Reino de Deus, onde ele usa a mesma comparação: “O Reino dos Céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor de todas as sementes, quando cresce, torna-se a maior das hortaliças.”
O foco do Reino dos Céus ser como um grão de mostarda não está na pequenez do Reino, mas no potencial imparavel de crescimento. Aplicado à fé, isso revela uma verdade poderosa: a fé como um grão de mostarda é aquela que começa pequena, mas cresce e se torna poderosa — capaz de mover montanhas.
A fé que move os montes não é a fé pequena "do tamanho um grão de mostarda", mas sim a fé grande "como a maior das hortaliças". O ponto de Jesus é que, muitas vezes, a fé que nós menosprezamos por parecer pequena, pode se tornar grande no momento da necessidade. Essa é a fé "como um grão de mostarda".
Muitas vezes, Deus nos nos sujeita a provações que pensávamos ser superáveis, para nos mostrar que a nossa fé é enganosa. Outras vezes, ao contrário, as provações pelas quais passamos podem parecer muito além das nossas forças, mas Deus nos permite passar por tais coisas para nos mostrar que a nossa fé é genuína e maior do que nós imaginávamos a princípio.




